Páginas

Seguidores

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Rancho Assombrado



O RANCHO MAL ASSOMBRADO





Dois compadres caipiras, vinham vindos da roça com enxadas nas costas, de onde foram cuidar da plantação. De repente, de tardezinha pela estrada, o tempo vira e as nuvens escurecem prometendo uma tempestade medonha. Logo começa a relampejar, a trovejar e os primeiros pingos de chuva caem.



Um deles era muito medroso, o outro mais corajoso. O medroso atraca nas calças do outro, mais precisamente na cintura, e fala covardemente, se tremendo todo quase borrando as calças:



─ Cumpadre, estou morrendo de medo desta tempestade, e se cai um raio, o que será de nós!?



O caipira corajoso, responde otimista:



─ Ô cumpadre, não se aperreie que vamos achar um lugar pra gente se amparar da chuva!



Olhando nervoso, bem nos olhos do compadre, o caipira medroso arregalou os olhos e perguntou assustado:



─ Mais cumpadre, onde?



─ Olha lá aquele rancho, tá vendo compadre, vamos nos abrigar lá!?



Tremendo que nem vara de cipó verde, o caipira medroso falou mais assustado ainda:



─ Mas compadre, ouvi dizer que esse lugar é mal assombrado!



─ Que nada, isso não existe! É tudo fruto da imaginação do povo.



E lá se foram os dois.. .O compadre corajoso, arrastando o compadre medroso que de vez em quando recuava. Mas o medo era tanto, que o medroso não largava o corajoso, já encharcado de água da chuva.



Ao chegarem ao rancho, numa tremenda escuridão, mal dava para enxergar direito, a não ser quando o céu relampejava, clareando tudo pela fresta das telhas quebradas. O vento forte que batia na janela e na porta, parecia que ia arrancá-las do lugar. Dentro do rancho, os dois caipiras foram para a cozinha, o lugar mais seco e sem goteiras.



O compadre caipira medroso, tremendo mais que vara verde, não se sabe se era de frio, ou se era de medo, resmungando temeroso, falou:



─ Tô com medo cumpadre, desse escuro medonho!



─ Se acarma home, que vô ajuntar uns graveto pra fazê uma fogueira pra esquentar nóis dois. Tenho fósfo e vô acendê o fogo. Disse o corajoso, juntando os gravetos.



A caixa de fósforos, com os últimos três palitos, estava tão molhada que foi preciso aquecer palito por palito, como também o lado da caixa onde se risca os palitos. Foi assim, que o primeiro depois de muito ser esfregado, foi riscado e falhou. Então foi a vez dos segundo e do terceiro.



─ Ai cumpadre! E se os outro também faiá?



─ Carma cumpadre, carma!



Para o desespero do caipira medroso, o segundo palito, também falhou. Finalmente, veio o terceiro palito, quando os dois compadres prenderam a respiração e começaram a esfregar, a esfregar, até ele ficar aquecido.



- Riscou, riscou!!! Acendeu!!! Gritaram os dois, se benzeram aliviados. O corajoso acendeu os gravetos que foi logo pegando fogo, e suas chamas aumentando. Mas quando de repente, em volta da fogueira, os dois caipiras começaram a se aquecer, um barulho de porta se abrindo e um ranger de dobradiças enferrujadas, ecoou simultaneamente. Foi então que o compadre medroso atracou-se no compadre corajoso, com os olhos cerrados, falou aos gritos, numa só comoção:



─ Ai, ai, ai meu Deus, acho que é uma alma penada! Ai cumpadre, o que é isso!? O compadre, agoniado, foi falando mais alto ainda:



─Larga de ser medroso, home de Deus! Ô cara cagão, num tá vendo que é só uma forte ventania, que deve ter aberto a porta?



Nisso, ouviu-se umas pisadas bem leves, “aquilo” se aproximando em direção à cozinha, mais precisamente, em direção à fogueira, quando o cumpadre corajoso, que estava de costa, virou-se e exclamou:



─ Ah cumpadre... É só um frango! Tadinho, tá todo molhado querendo se aquecer também na fogueira.



─ Ai, que susto, cumpadre! Ainda bem que é só um frango, né? Falou o medroso aliviado, trazendo o galo para perto do fogo.



Porém, quando os dois começaram a esfregar as mãos nas labaredas da fogueira, mais aliviados... para o espanto dos dois, ouviu-se uma voz bem próxima da fogueira,  tranquilamente:



─ Ufa! Tá tão quentinho aqui!



Nesse momento, os dois caipiras olharam o frango, e de olhos esbugalhados se olharam pálidos que nem vela de defunto.



Uma releitura de Dora Duarte, de um autor desconhecido.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Meu menino quarentão( homenagem)



                         Um dia  quando realizei  o sonho de ser mãe de um menino e fui, ele em meu colo,   o imaginava assim” Será que vou viver o  bastante  para vê-lo com dezoito anos?” Olhava tão pequenino no meu colo...Não que eu não pensasse  na velhice, era medo de  eu ou ele morrer de outros motivos.  Eram  cuidados especiais cheios de afetos, atenções e muito amor. Era o meu bebê que eu vi crescer, chegar época de jardim de infância, pré-escolinha... Acompanhei todos seus passos. Na infância, eduquei, ensinei todos  valores morais E o  menino foi naturalmente crescendo. Depois a etapa de escola fundamental, adolescência vezes  colégio e  meu menino cresceu, fez o tão esperado dezoito anos, ultrapassou, tomou outro rumo de aprendizado.

 Emancipou-se aos dezoito anos, para poder tomar suas próprias decisões  civis, diplomou-se para voar, ganhar asas e decolar nos seus sonhos. Ganhou o mundo. Eu fiquei só, mas ao mesmo tempo perto, o acompanhando  de longe, rezando sempre por ele, o apoiando em tudo, sendo uma mãe muito participativa.

Hoje nesta data seis de agosto de dois mil e doze, onde este menino completa quarenta anos, o  homenageio com imensa alegria e felicidade. Sinceramente nunca havia imaginado ele nesta idade, mas não parece. Não sei se é porque  o filho para mãe é uma eterna criança, ou um eterno jovem, só sei que são as duas coisas pra mim..

 Que Deus o proteja hoje e sempre e lhe der muitos anos de vida.

                            Parabéns meu amado filho ERIC RICARDO CESAR!!!!
Copyright © 2011 CONTA CONTOS ENCANTADOS.
Template customizado por Meri Pellens. Tecnologia do Blogger