Páginas

Seguidores

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E o mundo não acabou(série: minhas crônicas)


 

Desde que eu me entendo de gente que ouço vários boatos sobre o fim do mundo. São profetas aplicando profecias, são cientistas, Ou algumas seitas religiosas que com seu poder de persuasão, induz os seus seguidores acreditar nesta sandice do fim do mundo.

Confesso que, quando era mais nova até me assombrava com tais boatos, assumida mesmo do medo de morrer,porque eu  via pela frente um monte de gente medrosa, preocupada com a  perca  da alma, se arrependia dos pecados, porém um dia após o marcado e esperado fim do mundo, estava ele ali presente quietinho do jeito que era um dia antes e o povo aliviado. Depois voltava atrás dos arrependimentos.

 O tempo passou o mundo evoluiu, até os medos também, mas um medo diferente, a s preocupações  eram em fazer esconderijos , casas subterrâneas, estocar alimentos, para alívio ou frustração desses seres humanos...Nada de um mundo acabar.

Leia estes trechos dos cronistas feras brasileiros:

“...Mas acaba em setembro próximo! Como se não bastasse as agruras inerentes à lide ingrata das letras que acossam desde a infância, ainda tenho de passar por esta: escrever com a sensação meio besta  de que nem eu vou ver estas linhas impressas, já que o mundo vai acabar...

...Já grandinho, tirando fino  em inúmeros fins do mundo, morei nos Estados Unidos e, na universidade fiz um amigo chamado Mike, que era muito chegado a um fim do mundo e chegou  a participar de algumas vigílias  pré-apocalípticas que não deram certo, mas ele nunca desanimou e é bem capaz de hoje morar em Manhattan e sair pela Times Square carregando um cartaz anunciando que o fim do mundo está próximo.”

 João Ubaldo Ribeiro para o Jornal do Estado de São Paulo, setembro de 1999.

“O mundo acabou e nem me dei conta”

“Levei uma cadeira confortável para o terraço, naco de queijo branco curado, brusquetas e uma garrafa de suave proseco, presente de Miguel Juliano pelo meu aniversário, sentei-me à espera do fim do mundo. Estava barbeado, com minha melhor roupa, um sapato confortável e levei alguns livros favoritos. Preparei=me para um pequeno cerimonial, afinal eu iria contemplar o fim do mundo, julguei necessário assistir a ele de forma digna. Nesta sociedade regida por manuais, não publicaram um orientando sobre como agir diante do fim do mundo...

...  O pequeno ritual terminou e o mundo não. Um fracasso como espetáculo. Qual o prazo estabelecido? Nenhuma informação completa... Agora, me respondam, tudo mudou e não me dei conta?

Ignácio de Layola Brandão (Jornal o Estado de São Paulo,15 agosto de 1999)

Diante destes comentários dos cronistas, me vi também envolvida nesse fim de ano, no dia 22 de dezembro, segundo o calendário Maia, o mundo acabaria, criou-se uma expectativa no mundo... Teve até seita vendendo um pedacinho de paraíso, comerciais de TV anunciando liquidações de lojas, para  endividar mais ainda os endividados, que achando se o mundo acabasse não precisaria pagar, mas , talvez não desse tempo de desfrutar o que comprou, não é mesmo?!

Enfim está ele aí, mas velho do que nunca esperando mais um que venha tentar acabá-lo. Pela lógica, acaba sim quando  quem o criou resolver dar um fim nele, ou quem sabe quando a humanidade destruir  apagar a natureza, extinguindo os bens sustentáveis da face da Terra.

                  Dora Duarte
Copyright © 2011 CONTA CONTOS ENCANTADOS.
Template customizado por Meri Pellens. Tecnologia do Blogger