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quarta-feira, 3 de abril de 2013

A árvore mal-assombrada (relato)


 

 
Foi num clima de uma seca violenta naquela época, exatamente  ano de 1977, lá no Nordeste brasileiro era uma carência muito grande de água, o solo sedento de chuva , especificamente no sertão e também no agreste, num pequeno lugarejo chamado “Barra do Geraldo”, que aconteceu esta história...

Devido a escassez, o que tinha em casa, era para beber e cozinhar ,Aquela gente ia longe para lavar  roupas . Neste dia, na casa da minha avó materna, (eu morava com ela), era muita gente da minha família que tinha chegado do Rio de Janeiro.

Chegou:  a minha mãe, tias  tios, primos e primas. A casa cheia, com tanto, mais roupas sujas para lavar. E foi nesta circunstância, na ida ao açude que ficava bem  distante dalí, que  aconteceu um fato muito estranho.

     De véspera  a minha mãe perguntou:

 ─ Vamos  se reunir , para  ver  quem vai sair  amanhã   lavar toda roupa . Perguntei a minha avó:

           ─ Vó  quem vai?

          ─ Vai eu,vai você ,sua tia  e sua prima. Peça amanhã ao seu avô para preparar o cavalo. O açude é muito longe , temos que sair de madrugada.

 

Desde muito criança, ouvi falar de uma árvore assombrada, Dizia o povo que todo cavalo que passava debaixo desta árvore se assustava,emperrava, há ponto de levantar as patas dianteiras e não seguir em frente. Confesso que não acreditava muito nessa história de assombração, porém tinha curiosidade de um dia passar lá e conferir, se era verdade ou mentira, e nesse dia da lavagem de roupa, era uma chance, pois  por este caminho era que a gente ia passar.

Saímos muito cedo, às 4 horas da manhã  estava muito escuro ainda. Na frente, eu montada no cavalo com a cangalha cheia de trouxas de roupas e minha prima que era bem menor na garupa. Ela tinha 7 anos de idade e eu 11  , a minha avó  e minha tia atrás, cada uma com um balde cheio de coisas. O da minha avó:  o sabão,o cachimbo, o fumo e  o da minha tia, lanche pra gente  comer, aguentar a fome até a volta .No caminho inteiro eu ia pensando naquela história da árvore assombrada, duvidava, queria ver pra crer, tirar à limpo....

          Quando foi se aproximando da árvore, o cavalo foi ficando estranho, mudando o comportamento, agitado, as orelhas levantaram,  eu percebi que ele estava nervoso. O meu coração começou acelerar, a pulsar rápido. Quando  faltava uns dez metros mais ou menos desta árvore, o cavalo parou. Eu levava comigo  um galho de mato com folhas, que se chama também de  “cipó ”, no que ameacei a dar umas cipoadas de leve para ele seguir em frente, ele só rodopiava e não saia do lugar. Foi uma peleja, pelejei. Com muito custo, ele seguiu lentamente assustado.

         Ao chegar à travessia debaixo da árvore, o dia já estava amanhecendo, apesar da claridade, debaixo dela estava escuro, porque tinham  matos que a encobria  e a ensombrava. O cavalo desta vez empacou. Na hora, comecei a insistir, foi pior, ele andava de ré, pulava de ré, pulava desassossegado por várias vezes, parecia um touro numa tourada, .Foi quando a cangalha rolou e eu rolei  junto com ela , a minha prima caiu primeiro e fui a última caí. Quando olhei, ela estava estirada no chão. Vi também o cavalo relinchando e levantar as patas dianteiras .

A minha avó e tia que vinha atrás viu tudo. O cavalo não ia de forma alguma. Foi aí que eu passei acreditar naquela história  que era de verdade mesmo aquela história .Depois do susto, já tinha amanhecido o dia, a minha prima voltou para chamar o meu avô, não era tão longe. Ele veio arrumou a montaria no cavalo, ele saiu puxando o cavalo, eu  à pé atrás  para tanger o animal, desta forma fizemos a travessia , foi difícil. Daquele dia em diante, nunca mais me  esqueci daquela árvore assombrada.

                     Eu Erotildes Maria dos Santos, autorizo a Dora Duarte a escrever este relato.
 
 Escrito e postado por: Dora Duarte

 

 

 
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